Pacientes do Hospital Ipiranga, na Zona Sul de São Paulo, relataram casos de violência obstétrica, incluindo demora no atendimento, procedimentos forçados e falta de escuta às suas queixas. Mulheres que deram à luz na unidade afirmam ter sido pressionadas a aceitar a indução do parto normal, mesmo em situações de risco, como pré-eclâmpsia e diabete gestacional. A Secretaria de Saúde do estado informou que as denúncias serão apuradas e destacou que o hospital segue princípios de atendimento humanizado, sendo referência em partos de alto risco.
Text: Entre os relatos, pacientes descreveram isolamento durante o trabalho de parto, violência verbal e culpabilização por complicações médicas. Uma das mulheres contou que seu bebê nasceu com fratura na clavícula após um parto normal contra sua vontade, enquanto outra foi submetida a medicamentos desnecessários devido a um falso positivo em teste rápido. A Comissão de Direito Médico da OAB-SP reforça que a violência obstétrica inclui qualquer conduta que desrespeite a autonomia ou cause sofrimento físico ou emocional à gestante.
Text: A Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) recomenda práticas como o uso do nome da paciente, internação apenas na fase ativa do parto e permissão para acompanhantes. Especialistas destacam que a autonomia médica não deve sobrepor-se aos direitos da paciente, e que a falta de informação ou consentimento configura violência. O caso reforça a necessidade de maior fiscalização e diálogo entre profissionais de saúde e gestantes para garantir um parto seguro e respeitoso.