Pacientes do Hospital Ipiranga, na Zona Sul de São Paulo, denunciaram casos de violência obstétrica, incluindo demora no atendimento, procedimentos forçados e falta de insumos. Mulheres relataram ter sido pressionadas a aceitar partos normais contra sua vontade, mesmo em situações de risco, como pré-eclâmpsia e diabetes gestacional. A Secretaria de Saúde do estado afirmou que as denúncias serão apuradas para adoção de medidas cabíveis, ressaltando que a unidade é referência em partos de alto risco e preza pelo atendimento humanizado.
Entre os relatos, estão queixas de isolamento durante o trabalho de parto, violência verbal e culpabilização das pacientes. Uma das mulheres afirmou que seu parto foi adiado por dias, colocando em risco sua vida e a do bebê, enquanto outra descreveu ter sido submetida a três dias de indução sem sucesso, resultando em complicações para o recém-nascido. Testes rápidos com resultados falsamente positivos também foram mencionados, levando a tratamentos desnecessários e angústia emocional.
Especialistas destacam que a violência obstétrica inclui qualquer conduta que desrespeite a autonomia ou cause sofrimento físico ou psicológico à gestante. A Febrasgo recomenda práticas como chamar a paciente pelo nome, permitir acompanhantes e garantir informações claras sobre procedimentos. O caso reforça a necessidade de maior fiscalização e diálogo entre profissionais de saúde e pacientes para evitar abusos e garantir um parto seguro e respeitoso.