Dois relatórios divulgados nesta terça-feira (29) pela Universidade de Harvard destacam um clima de medo e exclusão no campus, especialmente entre estudantes muçulmanos, árabes, palestinos e judeus. As investigações, encomendadas após os ataques de 7 de outubro de 2023 e o conflito em Gaza, mostram que 56% dos alunos muçulmanos e 26% dos judeus se sentem inseguros na instituição. Além disso, 92% dos muçulmanos e 61% dos judeus entrevistados temem repercussões acadêmicas ou profissionais por expressarem suas opiniões.
Os estudos, realizados entre maio e agosto de 2024, apontam divisões profundas envolvendo currículos, protestos e liberdades acadêmicas. O presidente da universidade, Alan Garber, afirmou que os relatórios revelam relatos pessoais crus sobre as interações no campus, incluindo casos em que membros da comunidade judaica e árabe esconderam suas identidades para evitar conflitos. Garber destacou que Harvard não tolerará intolerância, mas expressou preocupação com a hostilidade entre estudantes.
A divulgação ocorre em um contexto de pressão do governo dos EUA sobre universidades acusadas de antissemitismo, incluindo Harvard, que teve verbas federais congeladas. Os autores dos relatórios pediram mudanças radicais nos currículos, políticas de admissão e processos disciplinares da instituição, buscando restaurar um ambiente mais inclusivo e seguro para todos os alunos.