Um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) apontou que, entre janeiro de 2019 e março de 2024, cerca de R$ 4 bilhões foram descontados irregularmente de aposentadorias e pensões. Desse total, 48% foram destinados a uma única associação, enquanto outras oito entidades tiveram um aumento de 2.000% em suas arrecadações no mesmo período. O esquema teria prejudicado grupos vulneráveis, como indígenas, idosos e pessoas com doenças graves, muitos dos quais não teriam condições de autorizar os descontos.
A Polícia Federal (PF) identificou padrões suspeitos, como viagens frequentes de representantes das associações a destinos internacionais, com movimentação incomum de bagagens. Além disso, a CGU destacou que algumas entidades operavam no mesmo endereço, sem capacidade comprovada de prestar serviços aos beneficiários. Em 19 municípios, principalmente no Nordeste, mais de 60% dos aposentados e pensionistas tiveram descontos irregulares em seus benefícios.
O caso está sendo analisado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que criticou a demora no julgamento e a falta de monitoramento das medidas cautelares. Enquanto isso, as associações envolvidas afirmam que atuam dentro da legalidade e defendem a transparência das investigações. O relator do caso no TCU destacou que novas informações, divulgadas pela imprensa e por órgãos como a PF e a CGU, estão sendo consideradas para decisões futuras.