O 3º Relatório de Transparência Salarial, divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aponta que as mulheres no Brasil recebem, em média, 20,9% menos que os homens. Em empresas com 100 ou mais funcionários, a média salarial feminina é de R$ 3.755,01, enquanto a masculina chega a R$ 4.745,53. Apesar de representarem 40,6% do mercado formal, as mulheres concentram apenas 34,8% da massa salarial, segundo dados da Rais de 2024.
As desigualdades se acentuam conforme a ocupação. Mulheres em cargos de diretoria e gerência ganham 73,2% do salário dos homens na mesma função, enquanto profissionais com nível superior recebem 68,5%. Trabalhadoras em serviços administrativos têm remuneração equivalente a 79,8% da dos homens. O cenário é ainda mais crítico quando analisado por raça, com mulheres negras recebendo 21,5% menos que homens negros.
O relatório destaca que as trabalhadoras negras têm a menor média salarial (R$ 2.864,39), valor 38,5% inferior ao das não negras (R$ 4.661,06). Os dados reforçam a persistência de disparidades estruturais, tanto de gênero quanto raciais, no mercado de trabalho brasileiro.
