Um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) divulgado em abril de 2025 apontou que 97,6% dos aposentados e pensionistas do INSS tiveram descontos diretos não autorizados em seus benefícios para pagar sindicatos e associações. A auditoria, realizada com 1.273 beneficiários em 2024, mostrou que 96% deles não participavam de nenhuma entidade, indicando que os descontos foram feitos de maneira indevida. O valor dos descontos triplicou entre 2022 e 2024, passando de R$ 706,2 milhões para R$ 2,6 bilhões, enquanto pedidos de cancelamento dispararam a partir de julho de 2023.
As investigações revelaram que associações e sindicatos falsificaram documentos e assinaturas para vincular os beneficiários sem autorização. Em 14 estados, 100% dos entrevistados afirmaram não ter consentido com os descontos. A CGU recomendou o bloqueio imediato das cobranças, mas a medida não foi adotada, levando à Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal. A ação cumpriu 211 mandados de busca e apreensão e seis prisões temporárias, além de afastar seis servidores do INSS, incluindo sua presidência.
O governo suspendeu os Acordos de Cooperação Técnica com 11 entidades envolvidas e orientou os beneficiários a cancelarem descontos indevidos pelo aplicativo Meu INSS. As investigações apontam crimes como corrupção, falsificação de documentos e lavagem de dinheiro. O caso foi discutido com o presidente da República, que determinou medidas para coibir as irregularidades e proteger os direitos dos aposentados.