Os casos de antissemitismo no Brasil cresceram significativamente após os ataques do Hamas a Israel em outubro de 2023. Segundo o relatório anual da Confederação Israelita do Brasil (Conib), houve 1.788 registros em 2024, um aumento de 26,8% em relação a 2023 (1.410 casos) e de 350% comparado a 2022 (397 casos). A média diária saltou de 1,1 em 2022 para 4,9 em 2024, indicando que o problema se tornou mais frequente e visível, tanto online quanto offline.
A maioria dos incidentes (73%) ocorreu em ambientes virtuais, totalizando 1.310 casos em 2024. Redes sociais como X (ex-Twitter) e Instagram concentraram 48% e 37% das ocorrências, respectivamente. Já os casos físicos, como agressões verbais, pichações e vandalismo, representaram 27% do total. São Paulo, onde reside a maior comunidade judaica do país, registrou a maior parte das ocorrências (24,61%), seguido por Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
O relatório destaca que o antissemitismo deixou de ser um problema isolado, tornando-se uma realidade presente nas ruas e, principalmente, nas redes. A Conib alerta para a necessidade de ações concretas, já que o ambiente digital se tornou o principal palco dessas manifestações. O monitoramento e o acompanhamento jurídico dos casos são parte das estratégias adotadas para combater o fenômeno, que exige atenção urgente da sociedade e das autoridades.