O relatório anual da Anistia Internacional (AI) denunciou o enfraquecimento do direito internacional e dos direitos humanos em 2024, destacando ataques promovidos por potências como Estados Unidos, Rússia e China. A organização criticou medidas como o congelamento de ajuda internacional e a redução de financiamento a entidades da ONU, além de alertar para o risco de retrocessos em conquistas históricas. Agnes Callamard, secretária-geral da AI, ressaltou que conflitos no Oriente Médio, Sudão e Ucrânia devastaram milhões de vidas, enquanto governos poderosos bloquearam ações para conter atrocidades.
O documento também abordou a crise climática, com destaque para os incêndios sem precedentes na Amazônia, que ameaçaram ecossistemas inteiros. Na América do Sul, a AI apontou retrocessos em políticas de saúde sexual e reprodutiva em países como Argentina, Chile e Porto Rico, além de leis restritivas ao direito de protesto em nações como Peru e Nicarágua. A discriminação racial e a violência contra grupos vulneráveis, especialmente pessoas negras, foram registradas em Brasil, Equador e Estados Unidos.
A liberdade de imprensa e expressão foi outro tema crítico, com perseguições relatadas em Brasil, Argentina, México e outros países da região. O relatório ainda destacou cifras alarmantes de feminicídios, incluindo casos como o da Argentina, onde um crime desse tipo era reportado a cada 33 horas. Por fim, a AI alertou para o aumento de deslocamentos forçados devido a perseguições, insegurança e mudanças climáticas, reforçando a urgência de ações globais para proteger direitos fundamentais.