O relator Alex Manente (Cidadania-SP) negou o recurso do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) que pedia a anulação do processo de cassação movido pelo Conselho de Ética da Câmara. Em seu parecer, Manente argumentou que parte das alegações de Glauber abordava o mérito do caso, o que estaria fora da competência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O relator também rejeitou outras argumentações da defesa, como suspeição do relator do Conselho de Ética e cerceamento de defesa, afirmando que algumas questões já estão sob análise do STF.
O processo contra Glauber Braga foi aberto após um incidente em que ele agrediu um militante do MBL, que teria ofendido sua mãe. O parlamentar alega perseguição política devido a suas denúncias sobre o orçamento secreto, embora o ex-presidente da Câmara negue. O caso ainda será votado na CCJ e, se aprovado, seguirá para o plenário da Casa. Glauber havia feito greve de fome por nove dias em protesto, encerrada após acordo com a presidência da Câmara.
Parlamentares de partidos como PSOL e PT defenderam Glauber na CCJ, alertando que sua cassação poderia criar um precedente perigoso para a democracia. A deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS) destacou que o caso afetaria não apenas o campo político do parlamentar, mas também as liberdades democráticas de movimentos sociais. O relator, no entanto, manteve sua posição, reforçando que a dosimetria da pena cabe exclusivamente ao Conselho de Ética.