O ministro da Fazenda afirmou que a proposta de reforma do Imposto de Renda (IR) cria um “constrangimento moral” no país ao forçar um debate sobre desigualdade tributária. O projeto, enviado ao Congresso há cerca de um mês, visa isentar 10 milhões de brasileiros que ganham até R$ 5 mil mensais e aumentar descontos para quem recebe entre R$ 5 mil e R$ 7 mil. Em contrapartida, propõe taxar mais quem ganha acima de R$ 50 mil por mês, incluindo uma alíquota mínima de 10% para rendas superiores a R$ 100 mil. O ministro destacou que a medida não aumentará a arrecadação, mas redistribuirá a carga tributária de forma mais justa.
A reforma busca corrigir distorções históricas, como a baixa tributação sobre os mais ricos, que hoje pagam apenas 2% de alíquota efetiva devido a isenções em dividendos e mecanismos de elisão fiscal. O ministro comparou a situação a um morador de cobertura que não paga condomínio, argumentando que quem ganha mais pode contribuir sem grandes impactos em seu padrão de vida. A proposta também foi apresentada como um avanço social, equiparando-se a um “décimo quarto salário” para profissionais como professores e policiais de baixa renda.
O projeto está alinhado com compromissos assumidos durante a campanha eleitoral, incluindo a revisão de benefícios fiscais para grandes empresas e a taxação dos mais ricos. O ministro ressaltou que o governo está aberto a sugestões para aprimorar a proposta, mas destacou que, até o momento, não surgiram alternativas melhores. A iniciativa pretende reduzir desigualdades históricas, seguindo o princípio de que o sistema tributário deve ser mais justo e progressivo.