O governo dos Estados Unidos anunciou planos para reclassificar dezenas de milhares de funcionários federais, uma medida que, segundo especialistas em governança, pode facilitar demissões em massa. A mudança, divulgada em redes sociais, categorizará servidores de carreira que trabalham com questões políticas como “agenda/carreira”, removendo proteções trabalhistas. O objetivo, de acordo com a declaração, é administrar o governo federal “como uma empresa”, mas críticos alertam que a medida pode afetar até 2,3 milhões de pessoas.
A reclassificação segue um decreto assinado no primeiro dia de mandato, revogado posteriormente, mas que agora retorna com alcance ampliado. Especialistas estimam que centenas de milhares de funcionários poderiam ser realocados para a nova categoria, tornando-os mais vulneráveis a dispensas. Don Moynihan, professor da Universidade de Michigan, destacou que quase todos no governo lidam direta ou indiretamente com políticas, ampliando significativamente o número de possíveis demissões.
A medida já havia sido tentada anteriormente, com projeções de que pelo menos 50 mil servidores perderiam estabilidade. Agora, o novo decreto é visto como ainda mais abrangente, levantando preocupações sobre seu impacto no serviço público. Enquanto defensores argumentam que a mudança trará eficiência, opositores temem um enfraquecimento da estrutura governamental e aumento da rotatividade.