Uma recém-nascida foi encontrada dentro de uma sacola de lixo na Zona Norte do Rio, resgatada por funcionários da Comlurb. O caso chamou atenção quando um dos garis envolvidos no resgate manifestou interesse em adotar a criança, mesmo sem estar cadastrado no Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA). A situação levantou questões sobre a possibilidade de adoção baseada em vínculo afetivo, mesmo fora dos trâmites convencionais.
Segundo especialistas, o processo de adoção no Brasil exige que a criança seja primeiro encaminhada a uma unidade de acolhimento, enquanto a Justiça tenta localizar familiares. Somente após esgotadas essas possibilidades, a adoção por terceiros pode ser considerada. No entanto, um advogado especializado em Direito da Família explicou que, comprovado o vínculo afetivo e atendidos os requisitos legais, a guarda pode ser concedida mesmo sem cadastro prévio no SNA.
Enquanto a bebê recebe cuidados médicos, aguardando alta, o caso segue sob investigação para identificar os responsáveis pelo abandono. O gari que a resgatou afirmou que deseja contar a ela sua história, reforçando o laço emocional já estabelecido. A situação ilustra as complexidades do sistema de adoção e as exceções que podem surgir quando há afeto e idoneidade envolvidos.