O Real, moeda brasileira lançada em 1994, perdeu 87% do seu valor ao longo de quase 31 anos, segundo cálculos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A desvalorização foi impulsionada por uma inflação acumulada de 686,64% no período, reduzindo drasticamente o poder de compra. Por exemplo, uma nota de R$ 5 em 1994 equivale hoje a apenas R$ 0,64. O fenômeno não é exclusivo do Brasil, ocorrendo em todas as moedas devido à inflação, como demonstrado pelo dólar americano, que perdeu mais da metade do seu valor no mesmo intervalo.
A análise do IBGE, baseada no Índice Geral de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mostra que as cédulas lançadas após 1994 também sofreram perdas significativas. A nota de R$ 2, introduzida em 2001, vale hoje R$ 0,50, enquanto a de R$ 20, de 2002, equivale a R$ 5,18. Até a cédula de R$ 200, lançada em 2020, já perdeu parte do poder de compra, valendo R$ 149,67 atualmente. Apesar de a inflação anual estar controlada em boa parte dos últimos anos, eventos como crises políticas e econômicas causaram picos pontuais, como em 2002, 2015 e 2021.
O economista Robson Gonçalves, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), explica que a inflação no longo prazo está ligada à criação excessiva de moeda, mas fatores como instabilidade política e incertezas econômicas podem acelerar o aumento de preços no curto prazo. Embora o Real tenha estabilizado a economia após hiperinflação, a perda acumulada de valor ao longo das décadas reforça a importância de políticas consistentes para preservar o poder de compra da população.