A agência de classificação de risco S&P colocou as notas de crédito do Banco de Brasília (BRB) em observação devido à proposta de aquisição de 58% do Banco Master. A S&P destacou que aspectos da transação e a estrutura de capital do novo conglomerado ainda são incertos, o que dificulta avaliar o impacto no banco público. A conclusão do negócio depende da aprovação do Banco Central, e a agência ressaltou a necessidade de maior clareza sobre a reorganização do Master e seus efeitos no perfil de risco e capitalização do BRB.
A S&P afirmou que a operação, se concretizada, pode alterar significativamente os fundamentos de crédito do BRB, afetando sua exposição a riscos e sua estrutura de capital. Parte dos ativos do Master, como precatórios e participações em outros bancos, não serão incluídos na compra, mas outros, como fundos de investimento de alto risco, podem integrar o pacote. O Master teve crescimento acelerado nos últimos anos, enquanto o BRB enfrentou redução em seus índices de capital desde 2022, apesar de sua base de captação mais estável.
Paralelamente, grandes bancos privados buscam ajustar as regras de contribuição ao Fundo Garantidor de Crédito (FGC), propondo reduzir de 75% para 50% o limite de captação garantida que exige aportes adicionais. Também sugerem aumentar a alíquota adicional de 0,01% para 0,10% sobre depósitos cobertos pelo FGC. A medida, discutida antes da oferta do BRB pelo Master, reflete a insatisfação dos grandes bancos com o uso da garantia do FGC por instituições menores para alavancar captações.