O primeiro trimestre de 2025 registrou uma queda preocupante nas vendas de caminhões pesados no Brasil, segundo dados da Anfavea. Foram 13.100 emplacamentos no período, uma redução de 7% em comparação com o mesmo intervalo de 2024. Em março, o declínio foi ainda mais acentuado, com 4.400 unidades vendidas, queda de 16,5% ante o ano anterior. O segmento, sensível aos custos de financiamento e incertezas econômicas, pode indicar uma desaceleração mais ampla na atividade econômica.
O aumento da taxa Selic para 14,25% ao ano pelo Banco Central em março contribuiu para o cenário, elevando os custos de crédito e inibindo investimentos. Empresas com grandes frotas, principais compradoras desses veículos, tendem a adiar a renovação quando há expectativa de redução no faturamento. A política monetária restritiva visa conter a inflação, mas também pode impactar o crescimento do PIB, conforme alertado pelas autoridades.
Apesar da retração no mercado de caminhões pesados, as vendas totais de veículos novos no país cresceram 7,2% no primeiro trimestre, com 552 mil emplacamentos. Em março, houve alta de 4,2% (195,5 mil unidades) ante 2024. A disparidade entre os segmentos reforça a percepção de que a desaceleração pode estar concentrada em setores específicos, como o de transporte de carga, tradicionalmente mais vulnerável a crises.