As travessias irregulares pelas fronteiras da Europa diminuíram 31% no primeiro trimestre de 2025 em comparação com o mesmo período de 2024, segundo dados da Frontex. A redução, equivalente a aproximadamente 33.600 chegadas a menos, foi observada em todas as rotas migratórias principais, com destaque para a rota dos Bálcãs Ocidentais, que registrou queda de 64%. Essa tendência segue a redução de 38% já verificada em 2024, indicando uma continuidade no declínio das entradas irregulares no continente.
A queda está relacionada a políticas de dissuasão da União Europeia (UE), incluindo a proposta de incluir países como Kosovo, Bangladesh e Tunísia na lista de “países de origem seguros”, o que agilizaria a deportação de migrantes com pedidos de asilo negados. Além disso, novos acordos com nações como Líbia e Tunísia, embora criticados por grupos de direitos humanos devido a relatos de violência, contribuíram para a redução. A Organização Internacional para as Migrações (OIM) também registrou aumento nas interceptações de embarcações no norte da África, fator que pode ter impactado os números.
Apesar da diminuição nas chegadas, o custo humano permanece alto: pelo menos 555 pessoas morreram tentando cruzar o Mediterrâneo ou o Atlântico nos primeiros três meses de 2025. Em 2024, mais de 3.500 mortes foram registradas nessas rotas, evidenciando os riscos enfrentados por migrantes. O debate sobre o equilíbrio entre controle migratório e proteção de direitos humanos continua aberto, com críticas às medidas adotadas pela UE.