A Quaresma, período de 40 dias que antecede a Páscoa, é marcado por penitência e preparação espiritual, simbolizando o tempo que Jesus passou no deserto antes de iniciar sua pregação. Para os cristãos, é um momento de reflexão, sacrifício e conexão com a fé, culminando na celebração da ressurreição de Cristo. Tradições como a abstinência de carne vermelha e a participação em ritos religiosos reforçam a importância dessa época, que varia em significado emocional para cada família — desde alegria até lembranças de entes queridos, como no caso de Oneide Ferreira, que homenageia a mãe falecida.
A Páscoa, embora originária da tradição judaica — que celebra a libertação dos hebreus da escravidão no Egito —, ganhou um novo sentido com o cristianismo, passando a representar a morte e ressurreição de Jesus. O historiador Marcio Neco explica as diferenças entre as celebrações: enquanto os judeus mantêm o sêder, um jantar familiar repleto de símbolos como ervas amargas e taças de vinho, os cristãos enfatizam a mensagem de renovação e vida eterna. Símbolos como ovos pintados, coelhos e velas litúrgicas incorporam-se à tradição cristã, representando fertilidade e esperança.
Para além dos ritos religiosos, a Páscoa também inspira reflexões pessoais sobre gratidão e recomeço, como destacam fiéis e não praticantes. Paulo Xavier vê a data como oportunidade para “ajustar a rota” na vida, enquanto Amanda Cunha valoriza a conexão espiritual. Flávio Nóbrega ressalta a mensagem central da ressurreição, lembrando a transitoriedade da vida e a importância do compromisso com a fé. Assim, a Quaresma e a Páscoa transcendem o religioso, tornando-se momentos de união, memória e renovação para muitas pessoas.