O psiquiatra e escritor Dr. Luiz Eduardo Xavier aborda, em entrevista ao canal GainCast, como os vícios comportamentais se instalam de forma gradual e muitas vezes imperceptível. Ele destaca que o problema não está necessariamente na substância ou atividade em si, mas na relação desordenada que o indivíduo estabelece com ela, levando à perda de liberdade. Exemplos como o uso excessivo de celular, consumo de pornografia ou compulsão por compras ilustram como esses padrões podem se tornar cíclicos e prejudiciais, mesmo sem envolver drogas.
O especialista explica que a dopamina, responsável pela motivação e recompensa, desempenha um papel central nesse processo. Quando hiperestimulada, ela cria um ciclo de tolerância e abstinência, em que a pessoa busca cada vez mais estímulo para obter o mesmo prazer inicial. Xavier enfatiza que muitos vícios modernos são socialmente aceitos, como checar o celular constantemente ou comer por ansiedade, o que dificulta a identificação do problema até que os prejuízos se tornem evidentes.
Para romper com o ciclo vicioso, o psiquiatra sugere três etapas: identificar os gatilhos emocionais, planejar ações preventivas antes das crises e diversificar as formas de lidar com as emoções. A chave, segundo ele, está em reconhecer os padrões automáticos e substituí-los por hábitos mais saudáveis, como exercícios físicos ou conversas terapêuticas. O texto reforça a importância da autopercepção e da busca por equilíbrio em um mundo repleto de estímulos potencialmente viciantes.