O uso constante de celulares e outras telas tornou-se parte do cotidiano, mas especialistas alertam que o problema nem sempre é um vício patológico, e sim a falta de educação digital. Anna Lucia Spear King, psicóloga e fundadora do Instituto Delete, destaca que muitas pessoas confundem o uso excessivo com dependência, quando, na realidade, precisam de orientação para estabelecer limites. O instituto, pioneiro no Brasil, pesquisa os impactos da tecnologia na saúde e promove o uso consciente, diferenciando hábitos inadequados de casos que exigem tratamento, como a nomofobia — condição associada a transtornos mentais como ansiedade e depressão.
O texto aborda ainda os riscos específicos de jogos e apostas online, que ativam mecanismos de recompensa no cérebro, assim como as redes sociais, onde curtidas e elogios liberam dopamina. King ressalta que crianças e adolescentes requerem supervisão adulta, já que a internet expõe jovens a perigos como golpes e predadores. Ela elogia a recente lei que restringe celulares nas escolas, defendendo que a medida estimula interações sociais e atividades físicas, essenciais para o desenvolvimento.
Para um uso saudável, a especialista recomenda evitar telas ao acordar, durante refeições e antes de dormir, além de estabelecer limites no trabalho e em ambientes sociais. O Instituto Delete não condena a tecnologia, mas enfatiza a necessidade de equilíbrio para aproveitar seus benefícios sem prejudicar a saúde mental e as relações pessoais. A educação digital, segundo King, é a chave para evitar os excessos e seus impactos negativos.