Em Mato Grosso do Sul, bloqueios em rodovias foram realizados pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em resposta à desocupação de 270 famílias de um acampamento às margens da MS-379, em Dourados. A ação policial, ocorrida na última segunda-feira (28), teria sido feita sem mandado judicial e com uso de força, incluindo bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. Os manifestantes alegam que as famílias viviam no local há dois anos e tiveram suas roças e barracos destruídos, caracterizando o ato como arbitrário e repressivo.
A BR-163, próxima a Campo Grande, foi uma das vias afetadas, com um bloqueio que gerou congestionamentos quilométricos antes de ser liberado por volta das 9h30 da quarta-feira (30). Esta foi a terceira interrupção em rodovias estaduais e federais nesta semana, incluindo trechos da BR-060 e da MS-164. O MST reforça que as ocupações são uma forma de pressionar por assentamentos definitivos para as famílias, que já sofreram outros ataques, como incêndios e ações de pistoleiros em 2024.
Paralelamente, um grupo de cerca de 30 pessoas protesta em frente ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Campo Grande desde segunda-feira (28), demandando soluções para a situação das famílias despejadas. O movimento critica a falta de diálogo e a violência empregada na reintegração de posse, enquanto autoridades ainda não se pronunciaram sobre as alegações.