Moradores da Favela do Moinho, última comunidade remanescente no centro de São Paulo, reagiram com protestos e barricadas após uma operação policial na tarde desta sexta-feira, 18. A ação, que resultou na prisão de um suspeito de tráfico de drogas, ocorreu às vésperas de uma possível remoção das famílias pelo governo estadual, que planeja transformar a área em um parque e polo de desenvolvimento urbano. Cerca de 50 pessoas interditaram a entrada da comunidade e atearam fogo nos trilhos de trem, causando interrupções no serviço ferroviário por cerca de uma hora e meia.
A comunidade, que abriga quase mil famílias, está dividida entre os que aceitam a realocação e os que resistem, alegando insuficiência nas alternativas oferecidas pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU). Muitos moradores, com gerações estabelecidas no local, desejam permanecer na região devido à proximidade com seus trabalhos. Enquanto isso, a CDHU afirma que 86% das famílias já iniciaram o processo de adesão ao programa habitacional, com 531 habilitadas para assinar contratos.
A operação policial reacendeu tensões em uma área investigada por ser usada como base para o tráfico de drogas na região central. Autoridades destacam que a remoção é necessária devido às condições insalubres e riscos estruturais das moradias. Enquanto o governo garante atendimento a todas as famílias, mediadores buscam evitar conflitos, e a situação permanece sob monitoramento para garantir a segurança de todos os envolvidos.