Um protesto em defesa da anistia aos envolvidos nos eventos de 8 de janeiro reuniu cerca de 45 mil pessoas na Avenida Paulista no domingo (6), número significativamente menor que os 185 mil presentes no primeiro ato do tipo, em fevereiro de 2024. A pauta, rejeitada por 56% dos brasileiros, incluindo 32% dos eleitores de um dos principais apoiadores, não foi o principal motivador da presença de sete governadores, quatro deles potenciais candidatos à presidência em 2026. O evento serviu mais como uma oportunidade para alinhamento político com figuras influentes, visando futuras alianças eleitorais.
Apesar da baixa adesão popular comparada ao ano anterior, a presença dos governadores destacou a importância do apoio de lideranças consolidadas para a disputa presidencial. Pesquisadores da USP registraram o ápice do ato com 44 mil participantes, enquanto imagens e discursos ao lado de nomes conhecidos foram usados estrategicamente para fortalecer vínculos políticos. A anistia, embora polêmica, funcionou como um “pedágio” simbólico para demonstrar lealdade e garantir espaço no cenário eleitoral futuro.
O movimento evidenciou a corrida pelo espólio político de uma figura central, mesmo com sua possível irrelevância direta em 2026. Os governadores presentes, alguns em primeiro mandato, buscaram se projetar nacionalmente, enquanto outros já tentam se consolidar como opções viáveis. A foto ao lado de um ex-presidente foi o verdadeiro troféu do dia, mostrando que, mais do que a causa em si, o que importa é a imagem de união e força para os próximos embates eleitorais.