Estudantes, professores e pais do Colégio Equipe se reuniram em frente ao shopping Pátio Higienópolis, em São Paulo, para protestar contra um caso de racismo envolvendo dois alunos. Os adolescentes relataram ter sido abordados de forma discriminatória por uma funcionária da segurança do local. O ato, que contou com centenas de participantes, incluindo estudantes de outras escolas, foi organizado com o apoio de movimentos sociais e instituições antirracistas, destacando a indignação crescente da sociedade diante de tais situações.
O advogado que acompanha o caso comparou o impacto do racismo a uma “chicotada na alma” dos jovens, exigindo que o shopping vá além de pedidos de desculpas e adote medidas concretas contra a discriminação. Representantes de coletivos negros presentes no protesto lembraram que o shopping já foi alvo de críticas por posturas higienistas no passado, reforçando a necessidade de mudanças estruturais. A manifestação também chamou atenção pela participação de adolescentes, muitos em seu primeiro ato público, simbolizando uma nova geração mais engajada na luta por igualdade.
O bairro de Higienópolis, conhecido por sua elite econômica, já foi palco de polêmicas similares, como a resistência à construção de uma estação de metrô em 2011, sob o argumento de que atrairia “gente diferenciada”. Em nota, o shopping afirmou lamentar o ocorrido e reforçou seu compromisso com treinamentos antirracistas, enquanto o caso foi encaminhado à Delegacia de Crimes Raciais para investigação. O protesto reacendeu discussões sobre segregação e a responsabilidade de estabelecimentos em promover ambientes inclusivos.