Moradores da Favela do Moinho, no centro de São Paulo, protestaram nesta sexta-feira (18) contra uma ação policial no local, que incluiu o cerco de viaturas e ameaças de reintegração de posse. Durante o ato, os manifestantes queimaram trilhos da CPTM, interrompendo a circulação de trens nas linhas 7-Rubi e 8-Diamante por cerca de uma hora. A comunidade, única remanescente no centro da cidade, alega que a presença da polícia e o projeto de requalificação do local, que prevê a remoção de 800 famílias, ameaçam seu acesso a trabalho e infraestrutura.
A Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) afirma que as famílias serão reassentadas em “lares dignos”, com mais de 87% de adesão voluntária até o momento. No entanto, os moradores contestam, dizendo que as novas moradias, financiadas e fora do centro, dificultarão sua rotina. O protesto desta sexta é o segundo em três dias, após um ato contra a criação do Parque do Moinho, projeto do governo estadual.
A Secretaria de Segurança Pública informou que uma pessoa foi presa por suspeita de tráfico de drogas e que as equipes policiais monitoram a situação à distância para evitar confrontos. Enquanto isso, as concessionárias de trens normalizaram o serviço após a interrupção, com ônibus de emergência transportando passageiros durante o bloqueio.