O diretor-executivo para as Américas do grupo Eurasia, Christopher Garman, avaliou que a recente guinada protecionista dos Estados Unidos representa um desafio significativo para o sistema de comércio internacional. Em entrevista ao jornal WW, ele destacou que as medidas tarifárias impostas pelo país elevam a média de impostos sobre importações de 4,5% para 25%, nível não visto desde 1910. Essa mudança, segundo Garman, supera até mesmo os índices registrados durante a Grande Depressão, indicando um cenário mais restritivo e menos aberto ao comércio global.
Garman ressaltou que a política comercial americana está abalando a ordem econômica mundial, com possíveis retaliações de outros países e uma reconfiguração das relações comerciais. “O grau de confiança foi quebrado para um nível que dificilmente tem volta”, afirmou, sugerindo que as consequências podem ser duradouras. Embora haja expectativas de ajustes futuros nas tarifas, o especialista acredita que o nível geral de protecionismo dos EUA permanecerá elevado, mesmo além das projeções mais pessimistas.
O impacto dessas medidas já é sentido globalmente, com mercados financeiros e líderes internacionais reagindo às mudanças. Indústrias e governos estão se mobilizando para se adaptar a um novo cenário, marcado por incertezas e possíveis tensões comerciais. A situação exige atenção dos demais atores econômicos, que podem precisar revisar suas estratégias diante de um sistema comercial em transformação.
