A proposta alternativa do PP para a isenção do Imposto de Renda tem sido alvo de críticas por priorizar beneficiários de alta renda em vez de pequenos empreendedores. Segundo a colunista Raquel Landim, a medida, encaminhada pelo senador Ciro Nogueira, poderia reduzir significativamente a carga tributária para quem recebe entre R$ 1 milhão e R$ 10 milhões anuais, com alíquotas entre 4,5% e 15%. Enquanto isso, a proposta original do Ministério da Fazenda previa taxar rendas acima de R$ 50 mil mensais, atingindo principalmente os mais ricos e ampliando a arrecadação.
A compensação pela isenção dos contribuintes mais abastados viria do fim de 2,5% dos benefícios fiscais e do aumento de tributos sobre bancos. No entanto, especialistas destacam que a aprovação dessas medidas enfrenta resistência no Congresso, onde há pouca disposição para cortar incentivos como o Simples Nacional e a Zona Franca de Manaus — justamente protegidos na proposta do PP. Essa contradição levanta dúvidas sobre o equilíbrio da reforma e seus reais impactos na desigualdade tributária.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, depende do apoio da opinião pública para avançar com sua proposta de taxação progressiva, já que pesquisas mostram forte respaldo popular à cobrança de impostos sobre milionários. Contudo, o cenário político é desfavorável, com o Congresso demonstrando oposição clara à medida. O debate evidencia a tensão entre interesses econômicos e a busca por um sistema tributário mais justo.