O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) planeja criar quatro unidades de conservação marinhas no litoral do Amapá, com o objetivo de proteger comunidades pesqueiras artesanais e garantir o uso sustentável dos recursos naturais. As reservas extrativistas, que estão em consulta pública até maio, abrangem áreas predominantemente marinhas e manguezais, essenciais para a reprodução de peixes. O ICMBio afirma que as propostas, iniciadas em 2005 por pescadores tradicionais, não interferem na exploração de petróleo na Margem Equatorial, já que as reservas ficam a distâncias entre 130 km e 447 km dos blocos de petróleo.
Políticos locais, no entanto, criticam a medida, argumentando que ela pode limitar atividades econômicas como a pesca e a exploração de petróleo, além de inviabilizar projetos estratégicos, como um porto oceânico. Eles destacam que mais de 70% do território amapaense já é área protegida e que novas reservas podem prejudicar o desenvolvimento do estado. Durante sessão na Assembleia Legislativa, representantes defenderam que o Amapá precisa de emprego e renda, e não de mais restrições ambientais.
As reservas extrativistas (Resex) são unidades de conservação destinadas a populações tradicionais, visando organizar a pesca artesanal e reduzir conflitos com embarcações industriais. O ICMBio ressalta que essas áreas também podem fomentar o turismo ecológico e comunitário. As consultas públicas ocorrerão em abril e maio nos municípios de Oiapoque, Bailique, Amapá e Calçoene, buscando esclarecer a população sobre os impactos e benefícios das propostas.