O governo federal enviou ao Congresso uma proposta para ampliar a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) de R$ 2.824 para R$ 5 mil mensais a partir de 2026, beneficiando cerca de 10 milhões de contribuintes. A medida também inclui uma isenção parcial para rendas entre R$ 5 mil e R$ 7 mil e pretende compensar a perda de arrecadação com a taxação de rendas superiores a R$ 50 mil mensais. No entanto, a proposta não aborda a tributação de lucros e dividendos nem alterações no Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), temas que já foram discutidos em gestões anteriores.
O secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda destacou que uma reforma tributária mais ampla seria necessária para tornar o sistema progressivo, taxando proporcionalmente mais os ricos, mas admitiu que mudanças profundas exigem tempo e consenso social. Ele defendeu que a atual proposta é um passo importante para reduzir injustiças, mesmo sem uma revisão completa do IR. Além disso, criticou a ideia de que só se deve agir quando todas as mudanças estiverem prontas, argumentando que isso perpetua desigualdades.
A proposta também reacendeu o debate sobre quem é considerado rico no Brasil, com base em critérios como participação na renda nacional. Enquanto a reforma ideal, segundo o secretário, envolveria reduzir tributos sobre consumo e aumentar a taxação de renda, alinhando-se a padrões internacionais, a medida atual focou em ajustes pontuais. O texto ainda será analisado pelo Congresso, onde o relator será o deputado Arthur Lira (PP-AL), e sua implementação depende de aprovação legislativa.