A discussão sobre a qualidade dos cursos de Medicina no Brasil ganhou destaque com a proposta de um exame nacional para médicos, similar ao da OAB, que impediria a atuação de reprovados. A medida, apoiada pelo Conselho Federal de Medicina, enfrenta resistência do governo federal, que prefere fortalecer a fiscalização das instituições de ensino. O número de faculdades de Medicina no país mais que dobrou entre 2010 e 2023, levantando preocupações sobre a formação dos profissionais.
Enquanto a Comissão de Assuntos Sociais do Senado avalia a criação do exame, a Associação Brasileira de Educação Médica defende que a avaliação dos estudantes seja contínua, não apenas ao final do curso. O Inep, responsável por avaliar o ensino superior, está reformulando seus processos com foco na área da Saúde, buscando maior rigor. Instituições de ensino apoiam a fiscalização mais rígida, mas se opõem ao exame nacional, que consideram uma medida pontual e insuficiente.
Os resultados do Enade 2023, que mostraram piora na qualidade da formação médica em comparação a 2019, reforçam a urgência do debate. Enquanto alguns defendem o exame como garantia de qualificação, outros argumentam que a solução está em melhorar a estrutura e o acompanhamento durante todo o curso. A discussão segue em aberto, com diferentes setores apresentando propostas para assegurar a excelência na formação dos futuros médicos.