O Dia Internacional da Mulher costuma ser marcado por reflexões sobre conquistas femininas e desigualdades de gênero, mas um grupo frequentemente invisibilizado nesse debate são as mães solo. No Brasil, mais de 11 milhões de mulheres criam seus filhos sozinhas, enfrentando sobrecarga financeira, emocional e psicológica, muitas vezes sem apoio adequado do Estado ou dos pais das crianças. Além das dificuldades no mercado de trabalho e do preconceito, elas lidam com um sistema judicial ineficiente para garantir pensão alimentícia, perpetuando um ciclo de vulnerabilidade.
Diante desse cenário, o Projeto de Lei 3717/21, em tramitação na Câmara dos Deputados, propõe medidas para reduzir essas desigualdades. Entre as iniciativas estão benefícios dobrados, prioridade em creches, licença-maternidade de 180 dias e flexibilização da jornada de trabalho sem perda salarial. Essas políticas poderiam oferecer um alívio significativo para mães que enfrentam duplos desafios: a responsabilidade exclusiva pelos filhos e a falta de cumprimento das obrigações paternas.
No contexto do Dia da Mulher, é essencial ir além de homenagens e exigir justiça social para as mães solo. Garantir seus direitos e promover políticas públicas eficazes são passos cruciais para romper o ciclo de desigualdade que afeta milhões de famílias. A verdadeira equidade de gênero só será alcançada quando essas mulheres forem reconhecidas e amparadas pelo Estado, assegurando dignidade e um futuro mais justo para as próximas gerações.