A aprovação de um projeto que autoriza um aumento de 48,88% nos salários de parte dos servidores da Câmara de Arujá continua a causar controvérsia entre moradores e especialistas. O texto, que também prevê a criação de dez novos cargos, foi aprovado em apenas 40 segundos, com 12 votos favoráveis e dois contrários. Moradores criticam a falta de transparência no processo, alegando que não houve divulgação adequada do projeto antes da votação, enquanto alguns questionam a prioridade do aumento em um contexto de dificuldades econômicas.
Especialistas em Direito Público destacam que, embora a Câmara tenha autonomia para decidir sobre reajustes, a forma como o projeto foi conduzido pode violar princípios da administração pública, como moralidade e transparência. O advogado Sérgio Merola apontou a ausência de debate público como um risco à democracia e alertou para possíveis questionamentos judiciais sobre equiparação salarial entre servidores. A Prefeitura de Arujá afirmou que não pode interferir na decisão devido à separação de poderes, mas desconhece detalhes sobre um suposto concurso público mencionado pelo secretário jurídico da Câmara.
O clima de insatisfação persiste, com moradores exigindo mais clareza sobre os impactos do aumento no orçamento municipal. Enquanto a Câmara afirma que o projeto estava na pauta de uma sessão ordinária em abril, críticos argumentam que a tramitação rápida e a falta de diálogo com a população prejudicam a confiança nas instituições. A presidente do Legislativo não se manifestou sobre as acusações, deixando dúvidas sobre os próximos passos e a possível revisão da decisão.