O líder do PL na Câmara dos Deputados anunciou que o partido reuniu as 257 assinaturas necessárias para protocolar o pedido de urgência na tramitação do projeto que prevê anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. A aprovação da urgência permitiria que a proposta fosse votada diretamente no plenário, sem passar por comissões, acelerando o processo. No entanto, a decisão de pautar a votação cabe ao presidente da Câmara, que está no exterior e só retorna no final de abril. O PL destacou o apoio de partidos do centrão, como PSD, União Brasil, PP e outros, mas evitou divulgar a lista completa de signatários devido a preocupações com pressões políticas.
O governo demonstrou preocupação com a proposta, alertando que ela poderia gerar uma crise entre os Poderes, especialmente por incluir anistia ampla, que atingiria até militares e figuras ligadas ao evento. A ministra das Relações Institucionais afirmou que o Congresso pode revisar penas, mas sem interferir no Judiciário. Enquanto isso, o líder do PL no Senado defendeu que a anistia ajudaria a encerrar disputas judiciais sobre os atos, incluindo o que chamou de “excessos do STF”.
A tramitação do projeto promete acirrar os debates nas próximas semanas, dependendo da agenda do presidente da Câmara. Aliados do PL criticaram a demora na pauta, enquanto o líder do partido espera uma votação até 30 de abril. A situação também coloca o presidente da Casa em uma posição delicada, equilibrando pressões de governistas e oposição. O desfecho pode impactar não apenas o processo legislativo, mas também a dinâmica política no Congresso.