O ministro da Fazenda afirmou que o governo ainda não discutiu soluções para o esvaziamento progressivo das despesas discricionárias, que devem cair de R$ 221,2 bilhões em 2025 para R$ 8,9 bilhões em 2029 — uma redução de 96%. Essa queda limitará os recursos para a manutenção do serviço público e políticas sociais. O ministro destacou que medidas serão tomadas conforme cada etapa for cumprida, mas reconheceu desafios como o aumento de gastos com precatórios e emendas parlamentares, que pressionarão o orçamento federal.
As projeções apresentadas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) mostram que, a partir de 2027, o saldo disponível para despesas discricionárias sofrerá uma redução drástica, passando de R$ 208,3 bilhões em 2026 para R$ 122,2 bilhões no ano seguinte. Emendas parlamentares, que consomem parte significativa desses recursos, devem crescer continuamente, chegando a R$ 61,7 bilhões em 2029. Com isso, a gestão federal terá cada vez menos flexibilidade para alocar verbas em outras áreas.
A situação se agrava em 2029, quando as projeções indicam um saldo negativo, insuficiente até mesmo para cobrir as emendas destinadas ao Congresso. Isso pode comprometer o funcionamento da máquina pública, especialmente após as eleições de 2026. O cenário coloca o próximo governo, seja ele de continuidade ou alternância, diante de um desafio fiscal complexo, com pouca margem para manobras orçamentárias.