A Instituição Fiscal Independente (IFI) prevê que o governo federal terminará 2025 com um déficit primário de R$ 64,2 bilhões. Embora o valor seja significativo, a meta de déficit zero deve ser formalmente atingida devido a mecanismos excluídos do cálculo tradicional, como os pagamentos de precatórios. O cenário fiscal, no entanto, se torna ainda mais desafiador em 2026, com uma projeção de rombo de R$ 128 bilhões, exigindo um ajuste de R$ 72 bilhões para alcançar o superávit de 0,25% do PIB.
O relatório também destaca a deterioração das receitas públicas, agravada pela inflação persistente, que pode chegar a 5,5% em 2025 antes de recuar para 4,4% no ano seguinte. A pressão inflacionária dificulta o ajuste fiscal planejado pelo governo. Além disso, o crescimento do PIB está projetado em 2% para 2025 e 1,6% para 2026, reflexo da política monetária restritiva e da queda da renda real disponível, com incertezas adicionais devido à guerra comercial liderada pelos Estados Unidos.
A dívida pública federal também preocupa, com projeções de aumento de 79,8% do PIB em 2025 para 84% em 2026. O documento alerta que o atual arcabouço fiscal não tem sido eficaz para conter o endividamento, colocando em risco a sustentabilidade e a credibilidade da política econômica. A situação exige medidas urgentes para evitar um agravamento do cenário fiscal nos próximos anos.