Um programador desenvolveu uma página capaz de identificar a localização de golpistas que o ameaçavam pelo WhatsApp. A vítima, que recebeu mensagens falsas cobrando dívidas inexistentes em nome de uma facção criminosa, enviou um link disfarçado de comprovante de pagamento. Ao clicar, o criminoso autorizou, sem perceber, o acesso à sua localização, revelando que estava em uma penitenciária no Rio Grande do Sul, a mais de 1.000 km de distância da vítima, que mora no Rio de Janeiro.
A ferramenta, criada no final de 2024, ganhou destaque após uma publicação nas redes sociais, onde muitos relataram experiências semelhantes com tentativas de golpe. O programador explicou que, embora fosse possível coletar mais dados — como acesso ao microfone ou à rede de internet —, optou por limitar a ferramenta à localização para evitar alertas mais evidentes no navegador. O código foi disponibilizado no GitHub, mas seu uso é restrito a desenvolvedores, sem fins comerciais.
Especialistas em privacidade destacam que, no formato atual, a iniciativa não viola leis, pois funciona como uma “legítima defesa” contra golpes. No entanto, se comercializada, a ferramenta poderia ser enquadrada na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), já que seu uso abusivo por terceiros representaria riscos à privacidade. A abordagem serve como alerta para a frequência de golpes originados em presídios e a necessidade de cautela ao interagir com mensagens suspeitas.