Profissionais do sexo têm ganhado visibilidade nas redes sociais, usando plataformas como TikTok e Instagram para discutir abertamente suas rotinas, desafios e conquistas. Influenciadoras do nicho compartilham dicas de segurança, saúde e até oferecem mentorias para iniciantes, buscando desmistificar a profissão e criar uma comunidade mais informada. No entanto, a exposição também gera críticas, com acusações de “romantização” e preocupações sobre o possível incentivo a jovens sem conhecimento dos riscos envolvidos.
Especialistas destacam que a adaptação das profissionais do sexo às redes sociais é um fenômeno histórico, já que a prostituição sempre se apropriou de novas mídias para ampliar sua segurança e alcance. Apesar disso, há uma grande disparidade na realidade da categoria: enquanto algumas conseguem monetizar conteúdo online ou atender clientes de alto padrão, outras enfrentam marginalização, violência e falta de direitos trabalhistas. A delegada e pesquisadora Cyntia Carvalho e Silva ressalta a importância de enxergar a heterogeneidade da profissão, que inclui desde mulheres trans e negras em situação de vulnerabilidade até profissionais que usam a internet para autonomia.
Ativistas defendem que a união entre gerações de profissionais do sexo é essencial para avançar na luta por direitos e redução de estigmas. Organizações como a Tulipas do Cerrado trabalham para apoiar trabalhadoras em situação de risco, enquanto influenciadoras buscam normalizar a profissão nas redes. O antropólogo Thaddeus Blanchette reforça que, longe de ser glamourizada, a prostituição é uma atividade complexa, e a discussão pública deve focar em como a sociedade pode proteger e incluir essas trabalhadoras.