Professores da rede municipal de Ananindeua, na região metropolitana de Belém, decidiram entrar em greve após a prefeitura descumprir o reajuste de 6,27% do piso nacional do magistério, válido desde janeiro de 2025. Organizados pelo sindicato local, os educadores reivindicam não apenas o ajuste salarial, mas também a reposição de perdas acumuladas desde 2019, além de melhorias urgentes nas condições de trabalho. A prefeitura ofereceu uma proposta de 3,11% acima do piso, considerada insuficiente pela categoria, que também demanda gratificação por formação superior e estrutura adequada nas escolas.
Além dos salários, os professores destacam a precariedade das escolas, muitas sem ventilação, iluminação ou manutenção básica, e a falta de funcionários essenciais, como merendeiras, porteiros e acompanhantes para alunos com deficiência. O sindicato alerta para um histórico de manobras para evitar reajustes integrais, como ocorreu em 2022, quando a tabela de vencimentos foi alterada para não cumprir o piso nacional. A negociação permanece travada, com a última proposta incluindo um aumento de R$ 100 no vale-alimentação, também rejeitada em assembleia.
Um ato público está marcado para 23 de abril, Dia Nacional de Luta pela Educação, em frente à prefeitura, onde a categoria buscará pressionar por avanços nas negociações. Caso não haja progresso, os professores não descartam uma greve por tempo indeterminado. O sindicato convoca trabalhadores da educação e apoiadores a se unirem pela valorização profissional e melhores condições nas escolas.