As profecias de Nostradamus, astrólogo francês do século XVI, voltaram a chamar atenção após a morte do papa Francisco, aos 88 anos. Entre as previsões controversas, destaca-se uma que menciona a ascensão de um “papa negro” ao Vaticano, interpretada de diversas formas: desde um pontífice africano até uma referência simbólica ao líder dos jesuítas, ordem da qual Francisco fazia parte. O termo “papa negro” historicamente designa o superior geral dos jesuítas, devido às vestes escuras da ordem, mas também abre espaço para especulações sobre a possível eleição do primeiro papa de origem africana.
A obra “Les prophéties”, publicada em 1555, reúne centenas de quadras poéticas que, segundo adeptos, previram eventos como a Revolução Francesa e os ataques de 11 de setembro. A linguagem enigmática de Nostradamus permite múltiplas leituras, incluindo a menção a um líder mais jovem de “pele escura”, que pode ser interpretado tanto racialmente quanto como uma alusão às vestimentas religiosas. Com 29 cardeais africanos entre os elegíveis para o próximo conclave, a possibilidade de um marco histórico na Igreja Católica ganha força.
Enquanto alguns defendem que a profecia já se cumpriu com Francisco, primeiro papa jesuíta, outros acreditam que ela ainda está por vir, especialmente em um contexto de crescente diversidade dentro da instituição. A discussão ilustra como as previsões de Nostradamus continuam a influenciar o imaginário coletivo em momentos de transição significativa.