Os produtores e exportadores de soja do Paraguai enfrentam um cenário de incertezas devido à guerra comercial global e às tarifas impostas pelos EUA, que impactam os preços do grão. Como terceiro maior exportador mundial, atrás apenas do Brasil e dos Estados Unidos, o Paraguai tem sua produção destinada principalmente às usinas de esmagamento no Brasil e na Argentina. A volatilidade do mercado e as tensões entre EUA e China, principal compradora de soja, deixam os agricultores em alerta, comparando a situação a um “tobogã” imprevisível.
Apesar dos desafios, há expectativa de recuperação na próxima safra, com previsões de produção acima de 10 milhões de toneladas em 2025/26, impulsionadas por melhores condições climáticas. As chuvas devem aliviar os impactos da seca que reduziu a colheita atual para 8,5 a 9 milhões de toneladas. No entanto, as exportações no primeiro trimestre caíram, afetando a receita em dólares e enfraquecendo o guarani, moeda local.
Outro ponto de preocupação são as novas regulamentações da União Europeia, que exigem soja livre de desmatamento até dezembro de 2025. Embora o prazo tenha sido estendido após pressão de exportadores, as regras podem trazer novos obstáculos. Apesar disso, alguns agricultores veem oportunidades na guerra comercial, como a chance de fortalecer a vantagem competitiva do Paraguai no fornecimento de grãos para mercados indiretos, já que o país não tem relações comerciais diretas com a China.