A mudança de papas, seja por morte ou renúncia, envolve uma série de rituais centenários e termos específicos que regem a transição de liderança na Igreja Católica. O camerlengo, por exemplo, é o cardeal responsável por verificar oficialmente a morte do pontífice e administrar os bens da Santa Sé até a eleição do sucessor. O Colégio dos Cardeais, composto por 135 eleitores com menos de 80 anos, reúne-se no Vaticano para escolher o novo papa em um conclave, processo realizado a portas fechadas na Capela Sistina. Durante esse período, os cardeais são isolados do mundo exterior até que um consenso seja alcançado.
O conclave é marcado por tradições como o anúncio “Habemus Papam”, feito pelo protodiácono, e a queima de cédulas que geram fumaça branca ou preta, indicando o resultado da votação. Enquanto isso, o decano do Colégio dos Cardeais coordena os procedimentos, incluindo a confirmação da aceitação do eleito. Outros detalhes, como o anel do pescador e o rogito, documento colocado no caixão do papa falecido, reforçam a solenidade e o simbolismo do processo. A Basílica de São Pedro, cenário central dos ritos, abriga obras de arte icônicas e serve como local de velório e celebrações.
Francisco, o atual papa, decidiu romper com algumas tradições, optando por ser enterrado na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, e vivendo na Casa Santa Marta em vez do Palácio Apostólico. O processo é regulado pela constituição “Universi Dominici Gregis”, que estabelece regras como a necessidade de dois terços dos votos para a eleição. Cada etapa, desde as Congregações Gerais até o papel dos escrutinadores, reflete a complexidade e a profundidade histórica da transição papal, mantendo viva uma tradição milenar.