O deputado federal Chico Alencar (Psol-RJ) pediu vistas do processo de cassação de Glauber Braga (Psol-RJ) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, adiando a votação. Braga ganha tempo para buscar apoio contra a perda do mandato, aprovada pelo Conselho de Ética em 9 de abril. O relator Alex Manente (Cidadania-SP) rejeitou o recurso do parlamentar, que argumenta falta de provas e vícios no processo. A decisão final da CCJ, que pode enviar o caso ao plenário ou devolvê-lo ao Conselho de Ética, só ocorrerá após a devolução das vistas.
O debate na CCJ destacou divergências sobre a legalidade do processo. Braga alega que o relator do Conselho de Ética, Paulo Magalhães (PSD-BA), já tinha posição definida antes de analisar o caso, enquanto Manente defende a regularidade. Aliados do psolista questionam o timing das votações e cancelamentos de sessões, sugerindo motivações políticas. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que não colocará o tema em votação antes de 60 dias, conforme acordo para encerrar a greve de fome de Braga.
O caso teve início após uma acusação de agressão a um youtuber em 2024, mas Braga e seu partido defendem que a cassação é uma retaliação por sua oposição ao orçamento secreto. Enquanto o Psol e aliados como PT e PSB tentam barrar o processo, a bancada do PSD discorda da perda do mandato. A CCJ agora aguarda o prazo das vistas para decidir o futuro político do deputado, em um cenário que mistura debates jurídicos e tensões partidárias.