Os primeiros 100 dias do segundo mandato foram marcados pela mesma retórica populista e provocadora que definiu a campanha e a volta à Casa Branca. Em discursos como o realizado no Michigan, temas como imigração, economia e críticas ao Judiciário dominaram a pauta, junto a alegações infundadas sobre fraudes eleitorais. Enquanto apoiadores ovacionavam o líder, manifestantes protestavam do lado de fora, refletindo a polarização que persiste. Apesar de celebrar marcos como a redução de imigração ilegal e a assinatura recorde de decretos, a aprovação popular segue baixa, com apenas 39% dos americanos satisfeitos com a gestão, segundo pesquisa da ABC News.
A política econômica agressiva, com tarifas comerciais elevadas contra a China e outros países, gerou tensões e críticas. No plano interno, a criação de um departamento para cortar gastos públicos teve adesão de milhares de funcionários, mas seu impacto real ainda é questionado. Já na área de imigração, as medidas de segurança nas fronteiras tiveram maior apoio, com 53% de aprovação, segundo a CNBC. Contudo, ações como deportações em massa e confrontos com o Judiciário, incluindo a prisão de uma juíza, levantaram preocupações sobre o respeito à independência das instituições.
Outros pontos polêmicos incluíram cortes de verbas em educação, especialmente após conflitos com universidades prestigiadas, e a anistia a participantes do ataque ao Capitólio em 2021. Essas decisões, somadas ao estilo autoritário e às frequentes disputas com a mídia e o Congresso, desenham um cenário de continuidade nos métodos e desafios do governo. Com a Suprema Corte prestes a julgar medidas controversas, como a revogação da cidadania por nascimento, os próximos meses devem testar ainda mais os limites dessa administração.