Em uma conversa telefônica nesta terça-feira (15), o primeiro-ministro israelense afirmou ao presidente francês que a criação de um Estado palestino seria uma “enorme recompensa ao terrorismo”, segundo comunicado de seus assessores. O líder francês, por sua vez, reiterou o pedido para que fosse reaberta a perspectiva de uma solução política baseada na coexistência de dois Estados. Netanyahu argumentou que um Estado palestino próximo a cidades israelenses poderia se tornar um centro de influência iraniana, além de criticar a falta de condenação por parte de entidades palestinas aos ataques de 7 de outubro de 2023.
O presidente francês destacou a necessidade de encerrar o sofrimento dos civis em Gaza, defendendo um cessar-fogo imediato, a libertação de reféns e a ampliação do acesso à ajuda humanitária. Ele também mencionou uma conferência internacional copresidida pela França e Arábia Saudita em junho, que visa promover o reconhecimento mútuo de Estados palestino e israelense por parte de nações árabes, como parte de um esforço para estabilizar a região. Quase 150 países já reconhecem o Estado palestino, com Irlanda, Noruega, Espanha e Eslovênia sendo os mais recentes a fazê-lo.
O diálogo ocorre em um momento de crescente pressão internacional por uma solução negociada para o conflito, enquanto as divergências entre as partes permanecem profundas. A conferência de junho na ONU surge como uma tentativa de reiniciar discussões políticas, embora as declarações recentes revelem obstáculos significativos para um acordo. A situação humanitária em Gaza continua crítica, com chamados urgentes por medidas que aliviem a crise.