O primeiro-ministro francês, François Bayrou, comparecerá em 14 de maio perante uma comissão parlamentar que investiga alegações de agressões sexuais em uma escola religiosa no sudoeste da França. A convocação ocorre após um ex-gendarme afirmar que Bayrou, então presidente do governo departamental, interveio em 1998 para adiar a audiência de um sacerdote acusado de estupro. O religioso, que se suicidou dois anos depois, era vinculado à escola frequentada por filhos do político, que nega qualquer envolvimento no caso.
Durante depoimentos à comissão, o ex-gendarme e um ex-juiz contradisseram as declarações de Bayrou, afirmando que houve interferência para retardar o processo. O ex-juiz admitiu que o promotor pediu o adiamento da audiência, mas não confirmou a participação direta do primeiro-ministro. No entanto, revelou que Bayrou o visitou para discutir o caso, expressando ceticismo sobre as acusações contra o sacerdote.
A polêmica ganhou força após mais de 200 ex-alunos da instituição denunciarem agressões físicas e sexuais no passado. Bayrou, que foi ministro da Educação na década de 1990, insiste que não tinha conhecimento dos abusos na época. Sua esposa, que lecionou catecismo na escola, também não foi vinculada às investigações. O caso continua a gerar debates políticos, com parlamentares cobrando esclarecimentos sobre possíveis obstruções à justiça.