A primeira edição da Taça dos Povos Indígenas, inicialmente apoiada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), enfrenta obstáculos após a entidade decidir retirar seu apoio pouco antes do início do torneio. A competição, que recebeu chancela oficial em setembro de 2024, foi planejada em quatro etapas regionais, com participação de 48 etnias e apoio do Ministério dos Povos Indígenas. No entanto, a CBF alegou prioridades distintas e falta de informações básicas sobre o formato do evento, como datas e tabelas, para justificar a mudança de posição.
A organização, liderada pela empresa Four X Entertainment, expressou surpresa com a decisão, já que contava com o apoio institucional da CBF em aspectos como arbitragem e curadoria. Documentos obtidos pelo Estadão mostram que a confederação havia se comprometido publicamente com o projeto, inclusive com declarações do presidente Ednaldo Rodrigues sobre a importância do evento para a inclusão social. A CBF, porém, afirmou em nota que continua chancelando a competição, mas destacou a necessidade de resolver pendências com a Seleção Indígena de Futebol do Brasil e das Américas (SIFBA), que reivindica representatividade no futebol indígena.
Com a primeira etapa adiada devido às chuvas, a organização solicitou uma nova reunião com a CBF até o dia 19 de abril, coincidindo com o Dia dos Povos Indígenas. Enquanto isso, a SIFBA deve se reunir para definir um posicionamento oficial sobre o impasse. O torneio, que prometia celebrar a diversidade cultural por meio do futebol, agora aguarda soluções para garantir sua realização conforme o planejado.