Pela primeira vez em quase quatro décadas, o Exército Brasileiro formou uma mulher como piloto de helicóptero de combate. A tenente Emily de Souza Braz, de 25 anos, concluiu o curso no Centro de Instrução de Aviação do Exército em Taubaté (SP), integrando a primeira turma de oficiais combatentes com participação feminina da Academia Militar das Agulhas Negras. Inicialmente, ela não planejava seguir a carreira de piloto, mas o interesse surgiu durante uma missão de suprimentos, quando recebeu um distintivo simbólico que a motivou a ingressar na aviação militar.
O Exército tem ampliado a presença feminina em suas fileiras, aumentando de 8% para 12% o efetivo de mulheres. Além da tenente Emily, outros 13 pilotos foram formados no mesmo curso, que dura 63 semanas e inclui mais de 1.400 horas de voo em aeronaves e simuladores. O comandante do Exército destacou a expectativa de, em breve, ter tripulações exclusivamente femininas, reforçando também a inclusão de mecânicas e a abertura de vagas para voluntárias no serviço militar a partir de 2026.
A tenente Emily expressou desejo de atuar em missões diversificadas, especialmente na selva, e afirmou que sua prioridade é o trabalho, não cargos hierárquicos. Sua formação simboliza um avanço na inclusão de mulheres em funções estratégicas, embora ainda haja restrições em áreas de combate direto. Ela encorajou outras mulheres a persistirem, destacando que são “competentes e capazes” de ocupar espaços nas Forças Armadas.