A prévia da inflação medida pelo IPCA-15 desacelerou em abril, subindo 0,43%, ante 0,64% em março, alinhando-se com as expectativas do mercado. No entanto, o índice acumulado em 12 meses chegou a 5,49%, mantendo-se acima do teto da meta oficial de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. Os principais responsáveis pela pressão inflacionária foram os preços de alimentos, que subiram 1,14%, e os custos com saúde e cuidados pessoais, que avançaram 0,96%.
O grupo de transportes foi o único a registrar queda (-0,44%), impulsionado principalmente pela redução nas passagens aéreas (-14,38%) e pela deflação nos combustíveis (-0,38%). A inflação de serviços, um dos pontos monitorados pelo Banco Central, recuou para 0,18% em abril, influenciada pela queda nas tarifas aéreas. Excluindo esse item, o indicador teria ficado em 0,48%, refletindo a manutenção da inflação em patamares elevados.
Diante desse cenário, analistas projetam um aumento de 0,50 ponto percentual na taxa Selic na próxima reunião do Copom, em maio, elevando-a para 14,75% ao ano. O Banco Central mantém cautela devido às incertezas externas, como as medidas tarifárias dos Estados Unidos, e à persistência da pressão inflacionária em setores essenciais. A expectativa do mercado, segundo a pesquisa Focus, é que a inflação feche o ano em 5,57%, com a Selic a 15%.