Aliados do governo indicam que há ameaças de retaliação contra partidos da base que apoiaram o pedido de urgência para análise do projeto de anistia aos envolvidos nos eventos de 8 de janeiro. Dos 262 parlamentares que assinaram o documento, mais da metade pertence à base governista, o que coloca o Planalto em uma posição delicada. O presidente da Câmara, Hugo Motta, é pressionado a decidir se pauta a votação, enquanto seu entorno defende que o Palácio do Planalto assuma a responsabilidade pela redução da pressão em torno do tema.
O projeto desagrada tanto o Executivo quanto o Judiciário, principais alvos dos ataques de 8 de janeiro, e Motta busca uma solução negociada. Enquanto isso, a oposição intensifica a pressão para que a proposta seja votada, com líderes partidários defendendo a urgência do tema. Recentemente, um ex-presidente visitou Motta em sua residência oficial, reforçando publicamente sua confiança de que a proposta será levada a plenário.
A situação expõe as tensões dentro da base governista e o desafio de equilibrar interesses políticos em um tema sensível. Enquanto o Planalto tenta conter o avanço do projeto, o Congresso vive um impasse que pode definir os rumos da discussão sobre anistia. A decisão final caberá ao presidente da Câmara, que precisa lidar com pressões de ambos os lados.