O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou, durante a cúpula da Celac em Honduras, que o Brasil adotará medidas de reciprocidade frente ao aumento de tarifas comerciais anunciado pelos Estados Unidos. Ele destacou que o governo está priorizando a negociação, mas não descarta recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) se necessário. Lula enfatizou que o país age com dignidade e soberania, buscando resolver conflitos por meio do diálogo, mas está preparado para tomar decisões cabíveis caso as conversas não avancem.
O presidente expressou preocupação com as medidas unilaterais, que podem ter efeitos imprevisíveis na economia global, inclusive nos próprios EUA. Segundo ele, a instabilidade gerada por anúncios diários dificulta a previsão de impactos nos preços de produtos e nas relações multilaterais. Lula também mencionou que as ações parecem refletir uma disputa pessoal com a China, defendendo que acordos comerciais devem ser construídos com equilíbrio, sem hegemonia ou arrogância.
Por fim, o chefe do Executivo reforçou a importância do multilateralismo para a estabilidade econômica mundial, criticando a ideia de negociações individuais que enfraquecem esse sistema. Ele argumentou que nenhum país deve impor domínio militar, cultural ou econômico, defendendo um modelo de cooperação baseado no respeito mútuo. Enquanto isso, o Brasil segue aberto ao diálogo, mas preparado para agir conforme a evolução das tratativas.