O presidente dos Estados Unidos assinou uma ordem executiva para acelerar a exploração de minerais no fundo do oceano, incluindo águas internacionais, desafiando a Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (AIFM). A medida instrui secretários de Comércio e do Interior a agilizar licenças para extração em áreas além da jurisdição americana, com estimativas de bilhões de toneladas de materiais obtidos em uma década. Os Estados Unidos, que não fazem parte da AIFM, visam consolidar liderança nesse setor, especialmente diante da concorrência de outros países.
Organizações ambientais alertam para os riscos da mineração em ecossistemas marinhos frágeis e pouco estudados. A Ocean Conservancy advertiu que a decisão pode incentivar outros países a seguirem o mesmo caminho, com impactos negativos para os oceanos. Até agora, projetos comerciais de mineração no leito marinho não foram implementados, mas nações como Japão e Ilhas Cook já concederam licenças em suas zonas econômicas exclusivas.
A administração americana projeta que a atividade pode gerar 100 mil empregos e aumentar o PIB em US$ 300 bilhões em dez anos. Os principais alvos são nódulos polimetálicos ricos em manganês, níquel, cobalto e cobre, além de terras raras usadas em baterias e tecnologias verdes. Empresas como a canadense The Metals Company já manifestaram interesse em operar sob autorização dos EUA, enquanto especialistas criticam a falta de regulamentação e os riscos ambientais envolvidos.